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Hoje tem uma história tão legal e tão bem escrita pela noivinha Poliana que, se mudássemos uma só vírgula, não faria o menor sentido!
Tão gostoso ver um amor fruto de amizade sincera! Eles se casaram, foi lindo e nós desejamos toda a felicidade do mundo para a Poliana & Rafael!
Leitura gostosa, leve e divertida para o nosso domingo!
“Cara e coroa, as duas faces de uma mesma moeda, assim como o amor e o ódio. Há 11 anos nos conhecemos. Eu, uma menina de 16 anos, óculos de grau, caxias, brava e um uniforme do Colégio Santa Maria. Ele, um garoto de quase 16, aparelho ortodôntico, não tão caxias, mas muito inteligente, agitado e um mesmo uniforme. Sim, nos conhecemos no colégio e ali começou a nossa história de amor e ódio, ou melhor, ódio e amor…
Em plena segunda feira as 7:00 horas um menino novato se senta à uma mesa atrás da minha. Até então, tudo certo, mas dois minutos após o inicio da aula a minha cadeira começa a balançar. As 7:05 o balanço continua… As 7:06 não aguento mais e, com extrema educação e paciência dou inicio ao relacionamento: “Para com isso, menino!!!!”. Lhes apresento o ódio. A partir daí a guerra fria começou.
Fria porque, diretamente, não nos agredíamos (verbalmente), mas com os amigos em comum… Ah, coitado desses amigos! “Não sei como você aguenta esta menina…” e “Não sei como você aguenta este menino…” eram as reclamações diárias. Assim se passaram algumas semanas, o equivalente a uns 2 meses… As queixas só terminaram quando o gosto pela prática de atividade física nos uniu em uma academia. Mas calma!!!! Ainda este não foi o fim do ódio, pois ele tinha percentual de gordura muito menor que o meu… (Ai que ódio!!!).
O convívio diário além das horas no colégio foi nos aproximando. Aproximando… Aproximando… Pronto! Viramos amigos. Mas que coisa estranha… com a amizade veio, também, um sentimentozinho de posse… um ciúmes… Não! Claro que não era ciúmes! Porque eu teria ciúmes de um menino tão chato (ele era meu amigo, mas n deixou de ser chato por causa disso)! Eu só não gostava que ele ficasse perto da Juliana… da Rafaela… da Luciana… da Gabriela, da Mariane, da Marina, da Priscila e de nenhuma pessoa com nome feminino! Só isso… Algo semelhante dele para comigo também aconteceu, mas eu não saberia descrever fielmente o que ele sentia.
Bom, após o inicio da amizade veio a noticia: “Poli, vou para Brasília no próximo mês”. Na verdade nós já sabíamos que este dia chegaria. Já sabíamos do “prazo de validade” do nosso convívio, mas os 5 meses passaram tão rápido! A despedida aconteceu depois da academia e eu chorei escondida (que engraçado… ainda hoje meus olhos se enchem de lagrimas quando me lembro deste episodio). Brasília é tão longe, não tenho nenhum parente lá para visitar e aproveitar para ver o Rafa… É… perdi meu amigo.
“Poliana, telefone para você!”
“Quem é?”
“O Rafa” “Rafa, que saudade! Como está Brasília?”
“Dei curto em uma tomada do colégio para provar que a água com sal era um bom condutor de eletricidade…”
Hahahaha… Esse meu amigo era d+! Os seus anjos precisavam fazer hora extra, mas sua mente era brilhante!
E assim perdurou a nossa amizade: com base em telefonemas e visitas aos finais de ano, sempre no meu aniversário. As vezes tínhamos noticias ruins, as vezes boas, mas uma foi definitivamente boa…
“Alô, Poli?”
“Oi Rafa, tudo bem?”
“Tudo. Vamos voltar para BH”
E o retorno aconteceu 4 anos depois daquela despedida na porta da academia, em 2008. Ano marcante, pois poucos meses depois começamos a namorar. Sim!!! Namorados! Que estranho namorar o meu amigo… e o primeiro “te adoro”??? Meu Deus!!! Tinha um gosto de “eu te amo” com uma dose generosa de timidez, vergonha, acanhamento e tudo que pudesse nos constranger! Isto também aconteceu na academia, aonde éramos constantemente confundidos com irmãos. Dizem que pessoas que formam casais harmoniosos são confundidas como irmãos… Será? Bom, não importa! Éramos namorados e não irmãos!
2009, 2010, 2011… Víamos o tempo passando porque já aviamos participado 4 vezes dos aniversários, dos natais dos carnavais… Era engraçado ver como o tempo havia passado e nós ainda estávamos juntos. O nosso namoro continuava como nós dois: agitado… Singular! As vezes parecíamos duas crianças brincalhonas, as vezes duas crianças brigonas. Tivemos crises capazes de terminar o relacionamento, mas em 2014 veio o pedido… bom… não foi bem um pedido, mas um consenso: Vamos casar??
A loucura começou! Escolher apartamento, lugar para o casamento, buffet, fotos, musicas, mobiliário, convites, casamento civil, padrinhos, damas e pajem, decoração, Padre, vestido… Ah, o vestido… Este quase rendeu o fim do noivado! “Poli, você não vai pagar esta fortuna em um vestido!”. Homens…
Sempre achando essas coisas de mulher uma bobagem. Enfim chegou o dia 19 de abril. 7 anos e 26 dias após o inicio do nosso namoro. Sonho de menina realizado: tive meu dia de rainha ao lado do meu melhor amigo, agora marido, Rafael (e meus olhos se enchem de lagrimas de novo…).
Não vou dizer que foi fácil a caminhada até aqui. Como se pode notar, a realidade é um pouco diferente do conto de fadas. No meu caso, o que melhor nos descreve é o roteiro da Bela e a Fera e, até onde eu sei, esta história não se enquadra nesta classificação. Porém, neste conto ainda existe um final feliz e, mais uma vez estou me divergindo da tradição: estamos apenas no inicio! Um inicio difícil, mas, tenho que me render, um inicio muito feliz! E assim definitivamente viramos a moeda… da coroa para a cara… do ódio para o amor. A Academia? Sim! Esta foi nosso cupido. É por isso que não a largamos mais.”